5 filmes em espanhol para treinar seu idioma - Parte I

19:00


Desde meu último mochilão, eu confesso que estou mais caseira. Não tenho muita vontade de ir a festas, ir a baladas... é como se eu já conhecesse toda essa cidade de cor, e agora estivesse esperando por algo maior, alguma coisa que sacuda o meu mundo e me leve pra estrada de novo...
... Mas enquanto isso não acontece, eu trabalho e ligo a tv para me distrair.
Nos ultimos dias andei assistindo muitos filmes em espanhol, e este motivo tem uma explicação muito simples: uma das formas mais fáceis de aprender um idioma, é estar em constante contato com ele, e os filmes espanhois tem me ajudado muito, principalmente em algo muito necessário que a maioria das vezes não se aprende em escolas de idiomas: girias e palavrões.Pode parecer mal educado isso, mas acredite, você vai precisar saber dessas coisas, e muito!
Bem, abaixo irei listar 5 filmes que assisti e aprovei, todos em espanhol, para quem tiver curiosidade em assistir, acredito que todos eles estão disponiveis no net flix, caso você não tenha uma conta, também são facilmente encontrados em sites para assistir filmes online.

Vamos lá: 

Medianeira foi um filme que o cartaz sempre me chamou a atenção, mas erroneamente eu sempre deixava passar despercebido, aquele velho e costumeiro "mais tarde assisto", se eu soubesse que um filme ia me apaixonar logo nos primeiros 5 minutos, teria assistido antes!
Logo no começo já somos surpreendidos com a visão das pessoas comparado a arquitetura de Buenos aires, o que me fez ter uma vontade louca de arrumar a minha mochila e dar uma mochilada por lá, para conhecer os predios e vitrines citados no filme...

Sobre o filme: 

Em Medianeiras (as paredes cegas, sem janelas dos edifícios) a história é um retrato fiel das relações amorosas dos nossos dias: com os mecanismos tecnológicos de comunicação à disposição de todos, cada vez mais as pessoas vivem isoladas e trancafiadas em suas residências, por mais paradoxal que isso possa parecer! Solidão, depressão, síndrome do pânico são algumas das consequências desse isolamento, o que distancia ainda mais as pessoas, dificultando a formação de novas relações amorosas.



Martin (Javier Drolas) é um aficionado pela internet e trabalha em seu apartamento construindo sites para os clientes. Sua única companhia é o cachorrinho deixado pela ex-namorada, que viajou aos EUA e de lá avisou que não voltaria mais. Além do ganha-pão, o computador é a vida de Martin: ele faz compras, lê, joga vídeo game e conversa com futuras pretendentes em sala de bate-papos. Só deixa o pequeno apartamento para ir ao psicólogo (sofre de síndrome de pânico) e para passear com o cão. Mesmo vivendo no mesmo bairro e na mesma rua de Martin, Mariana (Pilar López de Ayala),  uma arquiteta que decora vitrines e tem pavor de elevador, não se encontra com o vizinho. Ela também deixou uma relação de quatro anos e deseja refazer sua vida emocional. Assim como Martin, ela navega na internet e ambos já trocaram impressões nas salas de bate-papo, mas não se conhecem. O terceiro personagem da trama é Buenos Aires: o diretor Gustavo Taretto (autor do roteiro e também vencedor do kikito de direção em Gramado) traça uma relação entre a arquitetura da capital argentina e o modo de vida de seus moradores. As imagens da cidade contribuem para a narrativa: o crescimento desordenado, as diferenças de estilos arquitetônicos e o caos urbano são revelados pela câmera, ao mesmo tempo em que os moradores vivem no isolamento de seus mundos claustrofóbicos.
E ao invés de Buenos Aires, o filme poderia retratar muito bem São Paulo, Cidade do México ou qualquer outra metrópole mundial. O isolamento, os desencontros, a falta de afeto e vínculo amoroso são detectáveis em qualquer grande cidade, são características dos nossos tempos. Felizmente na trama de Taretto, apesar de todos esses obstáculos da vida moderna, Martin e Mariana conseguem sair do contato virtual e têm a chance do encontro na vida real.
Além da identificação total com a trama, o que me cativou em Medianeiras foi a narrativa ágil, o humor das circunstâncias e a delicadeza ao tratar de um tema tão dolorido como a solidão. As referências ao mestre Woody Allen são totais, tanto que há uma cena em que os dois personagens (cada um em seu apartamento) choram na frente da TV ao assistirem a um filme do diretor norte-americano.

fonte: http://www.favodomellone.com.br/medianeiras-sensivel-retrato-das-relacoes-amorosas-contemporaneas/

Da série "Cliquei sem querer, mas não me arrependi de ver", este cartaz estava perambulando na sessãod e adicionados recentemente ao netflix, acabei clicando sem querer apenas por curiosidade ao nome, e realmente não me arrependi. É uma daquelas histórias sem pé nem cabeça que acabam te cativando, por uma simplicidade que acaba sendo até complexa...

Sobre o filme: 

Um Conto Chinês, dirigido por Sebastián Borensztein, com Ricardo Darín no papel central. Baseado em fatos reais (o acidente com a vaca), o filme é a história do veterano da Guerra das Malvinas, o rabugento Roberto, dono de uma casa de ferragens, que vive enclausurado em sua loja, evitando qualquer contato humano. No entanto, por ironia do destino, um dia ele vê o chinês Jun (Ignacio Huang) ser jogado de um táxi e vai socorrê-lo. Impossibilitados de comunicação, já que Roberto não fala chinês e o rapaz não sabe uma palavra de castelhano, a trama gira em torno de solucionar essa inusitada situação.
O encontro de Roberto e Jun e o desenlace de Um Conto Chinês são avidamente acompanhados pelo espectador, graças à trama muito bem articulada e a forma cativante de desenvolver o enredo. A primeira cena funciona como prólogo: num lago na China, um casal apaixonado vai trocar as alianças de noivado quando é surpreendido com uma vaca que cai do céu! Corte abrupto e vê-se Roberto em sua loja contando parafusos; ele constata que a caixa não contém o número exato de produtos que anuncia e passa a reclamar com o fabricante ao telefone. Toda a cena é para apresentar o dono da loja, o metódico e ranzinza Roberto. Dentro de sua pacata e rotineira vidinha, ele no final de semana se permite passear (vai ao cemitério levar flores no túmulo dos pais e ouvir música em seu carro, próximo de uma avenida); numa dessas raras horas de descanso que ele vê a cena do chinês sendo jogado de dentro de um táxi. Vai ao encontro do rapaz e resolve levá-lo para casa, por pura compaixão. Jua, depois de morte de sua noiva, resolveu vir para a Argentina à procura de um tio que havia se exilado há anos. Desamparado e sem se comunicar, Jun vê em Roberto sua única salvação.
As confusões e o inusitado da situação cativam o espectador. Mais uma vez a Argentina nos presenteia com uma história simples, porém muito bem contada. E, como não poderia deixar de ser, Ricardo Darín é o grande destaque: sua composição para o meticuloso Roberto (um típico nativo do signo de Virgem, para quem conhece astrologia) é brilhante. Uma dica: não se levante da poltrona quando os créditos começarem a ser exibidos; o epílogo do conto é apresentado por intermédio de uma notícia de um telejornal.

Fonte: http://www.favodomellone.com.br/um-conto-chines-mais-um-excelente-filme-argentino/


Se leva Almodóvar na capa com certeza é tempo bem gasto! Sem duvidas o rei dos personagens complexos, que acaba transparecendo nossos dramas interiores. O mais engraçado nesse filme é que por várias vezes falam a frase que levo como lema para a vida "Eu acredito na bondade dos estranhos", e foi realmente surpreendente encontra-la num filme que vi apenas recentemente. Os personagens são apaixonantes, e mesmo com toda a complexidade e as dificuldades da trama, você fica com aquele gostinho de esperança para tudo.

Sobre o filme:

Um elogio às mulheres, às actrizes, às mães, às mulheres que querem ser mães, Tudo sobre a minha Mãe é sobre e dedicado a elas. Pedro Almodóvar prova, a cada filme, o seu amor e admiração pelo sexo feminino, e este não é excepção.
A crueza com que a história se desenvolve contrasta com o afecto que paira no ar e com as cores e padrões garridos e alegres que decoram as imagens. Almodóvar tem aqui provavelmente um dos seus melhores trabalhos, sem medo nem pudor de abordar temas sensíveis como a prostituição, a SIDA, o travestismo ou a doação de órgãos.
Estebán passou 17 anos obcecado em saber quem era o seu pai, mas a mãe, Manuela, nunca lho quis revelar. Quando o jovem sofre um trágico acidente, Manuela sente finalmente a necessidade de procurar o pai do seu filho. É este o ponto de partida para a história desta enfermeira e dos que com ela se cruzam. Ao partir para Barcelona, ela regressa a um passado que deixou para trás e do qual nunca se despediu. Reencontra a sua amiga Agrado, conhece a Irmã Rosa e os seus pais, e vê Lola regressar à sua vida, ela que une estas três mulheres. Ao mesmo tempo, aproxima-se de duas actrizes - Huma e Nina - numa espécie de ligação que continua a querer manter com o seu filho.




Tudo sobre a minha Mãe é irónico desde o início, mas nunca grosseiro, sendo, ao mesmo tempo, absolutamente sentimental e emotivo. As quatro mulheres centrais da história vão enternecer-nos. Agrado com a sua excentricidade, os seus esforços para ser bonita, sensual e autêntica, a sua mudança de vida, tudo porque, como a mesma diz, "ficámos mais autênticas quanto mais nos parecemos com aquilo que sonhamos que somos". Numa corajosa interpretação de Antonia San Juan, Agrado será uma das nossas personagens favoritas - divertida e sensível. Inocente e uma vítima de Tudo sobre a minha Mãe é a Irmã Rosa, que encontra em Manuela o carinho que não recebe em casa - com um pai doente e uma mãe incapaz de lidar com ela, sem qualquer instinto maternal. Rosa e Manuela partilham uma história em comum, e é-nos impossível não criar empatia com a jovem frágil e bondosa, interpretada por Penélope Cruz.
Por seu lado, Huma surge como uma homenagem às actrizes, entregue ao seu papel, mas também ao amor pela jovem toxicodependente Nina, que não retribui o sentimento da mesma forma. Marisa Paredes é fenomenal a vestir a pele desta mulher magoada e inconsolável, que Estebán muito admirava. Mas a grande mulher de Tudo sobre a minha Mãe é mesmo Manuela, corajosa em todos os momentos, sensível, apaixonada pelo filho e pela representação. Ela ama as suas amigas e demonstra ser a mãe que os outros precisam e é mãe pelas que não o sabem ser. Manuela revela-nos inúmeras facetas: a enfermeira ligada à doação de órgãos, a mãe protectora mas que prefere mentir a contar a verdade ao seu filho, a mulher que partilha o passado com travestis, a actriz amadora que ambiciona voltar aos palcos, a amiga para todos os momentos. Cecilia Roth tem aqui o papel de uma vida, uma interpretação avassaladora, que nos levará às lágrimas pela dureza da vida da sua personagem, e pela força que a actriz lhe injecta.
Tudo sobre a minha Mãe faz-nos mergulhar numa história de dor, mas, acima de tudo, de esperança. Pedro Almodóvar conquista-nos mais ainda com planos intimistas, que nos colocam no cenário da longa-metragem, e embala-nos com uma banda sonora forte e trágica, de Alberto Iglesias. O realizador e argumentista coloca, logo ao início, uma referência ao clássico All About Eve - filme que Manuela assiste com o filho Estebán - que parece servir de inspiração ao título da longa-metragem - em inglês All About my Mother. Almodóvar relembra-nos ainda Bette Davis, Gena Rowlands e Romy Schneider, a quem também dedica o seu filme.
Pedro Almodóvar conta-nos tudo sobre mães, sobre actrizes, sobre homens que querem ser mulheres, sobre tragédia e esperança, sobre vida e morte. Tudo sobre a minha Mãe é a homenagem que qualquer mulher gostaria de receber, e aqui está ela.

Fonte: http://hojeviviumfilme.blogspot.com.br/2013/10/critica-tudo-sobre-minha-mae-todo-sobre.html

O corpo é um filme que demorei cerca de 3 anos para assistir. E por que isso? Pelo preconceito de um ex namorado com filmes em espanhol! Toda vez que eu colocava, ele tirava. Pois bem, namorado ficou no passado, aproveitei para ver o filme no presente! E ele já prometia ser bom, primeiro por que segue a linhagem do "O orfanato", que é um filme de suspense psicologico que eu realmente levo em consideração, outra por que a trama foge completamente do cliche hoolywoodiano, e realmente impressiona, dá aquela sensação de "como é que o cara foi pensar numa história dessa?"

Sobre o filme:

Um dos gêneros de filme que mais curto é o de suspense, principalmente quando o roteiro não é previsível e é realmente bom, coisa que está cada vez mais rara no mundo cinematográfico. Com produções estrangeiras a coisa vai pelo mesmo caminho, já que quase tudo o que é feito em outros países é uma mera cópia de Hollywood. Então, encontrar um filme que te surpreende com o desfecho e que não seja uma produção americana é uma façanha incrível. El Cuerpo, filme espanhol do ano de 2012, é um desses filmes.

Tudo começa quando Ulloa decide matar a mulher, após se apaixonar por uma garota da faculdade de medicina em que lecionou certa vez. E ele consegue se livrar da esposa. Entretanto, o corpo dela some do necrotério durante a madrugada e antes da autópsia, sendo assim, o principal suspeito é o viúvo. Ele é levado ao Instituto Médico Legal e tenta ajudar o detetive Jaime Peña a solucionar esse desaparecimento em uma única noite. Mas o marido é assombrado durante todo o tempo com as provas de que ele a traia. Passamos o filme todo com a dúvida se Mayka está ou não morta, tentando desvendar o mistério do desaparecimento do corpo e de quem é o culpado por atormentar Ulloa.

A história é contada a partir de alguns flashbacks, mesclados com o tempo real, começando com os pequenos momentos em que Mayka é sarcástica com o marido que, percebemos, odiar essas coisas, até o momento de sua morte. Sinceramente, eu tive pena de Ulloa boa parte do filme (por mais que ele tenha matado a mulher), estava esperando a hora dele começar a ficar doido e ser internado num sanatório.

Achei o filme sensacional em todos os aspectos. O suspense é perfeito, a fotografia é linda e tenebrosa, a trilha sonora é condizente com cada cena, nos deixando aflitos, as atuações são espetaculares e o final… Bem, o final é sensacional, extraordinário. Acho que nunca me equivoquei tanto com minhas suspeitas de assassinos e afins em películas de suspense como nesse.

Seja torturado psicologicamente com esse longa. Tire conclusões completamente precipitadas tentando compreender o que acontece. Fique agoniado com as diversas cenas de horror. E o melhor: fique embasbacado com o final. Foi exatamente assim que fiquei.


Segurança não garantida é aquele tipo de filme que você fica na duvida se está gostando ou não até o ultimo momento, mas no final dá aquela parada para refletir em tudo que foi apresentado, e acaba adorando o resultado. Milhares de frases estão anotadas no meu caderninho mental para a vida, sem duvidas possui sacadas geniais, e o enredo te leva a duvida sobre o final por diversas vezes. Os personagens estão em buscas pessoais diferentes, e com perfis totalmente diferentes, o que te faz se apaixonar por um deles logo de cara.

Sobre o filme:

Na trama, homem publica nos classificados de um jornal que precisa de um companheiro para viajar no tempo. Nas poucas linhas escritas, ele conta que já realizou o experimento uma única vez e pede para que o passageiro leve suas próprias armas, pois a “segurança não é garantida” (referência ao título original). O caso curioso desperta o interesse de um jornalista, que parte uma cidade do interior com dois estagiários para investigar o caso.

Entre os quatro personagens, quem rouba a cena é Darius, a estagiária escalada para interagir com o “maluco”, interpretada por Audrey Plaza (do seriado Parks & recreation). A relação desenvolvida entre a dupla é a tônica do filme. Darius encontra em sua fonte jornalística alguém parecido com ela e isso faz com que deixe ser triste e antisocial, como define seu pai em uma das cenas do início. Ela finalmente se sente parte de algo e até começa a acreditar que pode voltar no tempo.



A narrativa esperta mistura drama, romance e ficção científica de forma simples e inteligente. Tiradas de humor também são sabiamente pontuadas durante a exibição, além de uma trilha sonora bacana, com direito a Brick by brick do Arctic Monkeys. Esse conjunto de atribuições define com excelência o resultado de uma produção independente despretenciosa e cativante. Um feito concretizado com êxito neste projeto.

Boa parcela desse mérito deve-se também ao carisma dos personagens desajustados. E o mais interessante é que cada um deles fará descobertas ao longo do filme. Apenas o enredo do jornalista Jeff (Jake Johnson) que, apesar de ser bem interessante, torna-se inconclusivo. Já a dúvida quanto a veracidade do anúncio, mantida até o último instante, deixa para o clímax a revelação se a tal máquina do tempo realmente existe ou é apenas fruto da imaginação do sujeito.

Com apenas uma hora e 25 minutos, “Sem Segurança Nenhuma” revela-se um filme eficiente e terno sobre as relações humanas. O primeiro longa-metragem de Colin Trevorrow, oriundo do Sundance, é uma surpresa extremamente agradável. Por isso, é mais que merecido ser chamado de “a mais nova sensação do cinema independente”.

Fonte: http://blogcinemax.blogspot.com.br/2013/03/critica-sem-seguranca-nenhuma.html
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