Manual de Introdução á introdução

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Somos condicionados desde a infância a desejar uma carreira de sucesso, "O que você quer ser quando crescer?" - perguntava insistentemente minha mãe durante toda a minha infância. Pra enxer o meu pai de orgulho eu tinha já a resposta na ponta da língua: "Quero ser uma advogada ou uma médica", e dizia com a ilusão de uma criança que gostaria realmente de atingir a expectativa dos pais, sem ao menos entender que talvez o fato de não conseguir encarar uma ferida aberta por mais de 30 segundos sem sentir-se enojada talvez frustra-se um pouco os planos de sua carreira...
Meus pais riam... menina esperta essa nossa! E repetiam a mesma pergunta no carro a caminho de todas as viagens que me levaram na infância... viagens que me fizeram trocar cedo as bonecas e optar pelos livros - Menos pesados e mais fáceis de carregar na bolsa, e não precisava contar com a bondade dos viajantes para fazer parte na brincadeira, o livro fazia todo o papel que os outros e a boneca não podia fazer sem me entediar...
Com o tempo em estradas, campings e acampamentos que passei com meus pais e meus livros na infância acabei tomando a duvida pelo o que eu realmente queria ser quando criança... a voz já falhava ao repetir um discurso decorado de uma exímia aspirante a advogada (a vontade de ser médica já havia passado num episódio onde minha mãe perdera a tampa do dedo cortando carne e eu assisti tudo) e eu adquiri uma bela paixão pelos ciganos e pela estrada aberta... Paixão que contive por cerca de 20 anos, alimentando-a trancafiada com pequenas centelhas de viagens curtas a praia, ou visitas aos parentes do interior...
Com o tempo sufoquei-me na rotina e no que esperavam de mim: Estude, trabalha, case-se, comporte-se e trabalhe ainda mais para que na velhice possa descansar suavemente em sua cadeira de balanço em alguma fazenda do interior.
 Nada disso me era suficiente, nada disso me preenchia e tudo isto estava longe de me completar.
Estudei, formei-me, me tornei um belo exemplo de empresária sem tempo, sem amigos, com tarjas pretas no criado mudo e sem muito tempo para amores, mas com uma inquietação no peito apresionado, uma vontade de ser arte, de ser poesia, de ser estrada...
Um dia revoltei-me contra a cidade grande e seu plano de vida para ser aceito... joguei tudo pro outro, descambei-me mundo a fora... fui ver o mar, os lagos, as montanhas...
Larguei emprego, namorados, casa, familia, conforto de um futuro morno e instavel pela aventura mundo afora... e é isto que quero compartilhar com vocês,,, momento por momento... sentimento por sentimento
Nesta nova fase do blog meu intuito é compartilhar com vocês a minha experiência sozinha na estrada, para mostrar que mulheres devem perder o medo do que está além do conforto do seu lar e de sua vida, é mostrar que é possivel viajar sozinha, se preparar para isso mesmo sendo alguém tão "frágil" e pequena (as feministas de plantão deixo claro que não me refiro ao sexo feminino com estes dois adjetivos, mas sim a esta pessoa que vos escreve, que é tudo isso e mais um pouco, mas viaja)...
Que este espaço seja um recanto a vida... que eu possa compartilhar a vocês tudo que uma garota que está começando a reviver pode oferecer, que eu possa  compartilhar com vocês experiencias da minhas viagens, que eu possa contar sobre amores, dissabores, maquiagens, dicas, compras, roteiros.. tudo <3 p="">
E espero que vocês me acompanhem com a mesma avidez que abrirei meu coração a vocês!

Bem vindos ao Divando de mochila!



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1 comentários

  1. Que legal que voltou com um blog Akasha ,acompanhava o Heart-Pieces :) ,louca para ver suas aventuras da viagem *-* Abraços apertados ....

    Venha me visitar : http://jessicavenenoofficial.blogspot.com.br/

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