Especial dia dos namorados: O que viajar me ensinou sobre o amor

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Nós nos damos conta que estamos finalmente amadurecendo quando  começamos a reconhecer nossas falhas e erros, e principalmente: nossa imaturidade.
Eu já chorei por estar sozinha no dia dos namorados, eu já enchi o saco do namorado pra ter um dia dos namorados dos sonhos, já tive os lendários namorados que terminam um dia antes desta data e reatam num dia posterior, só pra fugir dos presentes e jantares quase obrigatórios.
Eis a grande questão: a obrigatoriedade. Essa palavra esteve constante na minha vida... eu achava que eu era obrigada a me enquadrar no que a sociedade esperava de mim: você só é feliz se tem um namorado, você só é feliz se sua vida for um romance, a vida sozinha é um mar de depressão e você não gostará de cair nela.
Eu me obriguei sempre a ter relacionamentos, e me obrigava a estar até com quem não me queria, e obrigava isto a pessoa também, numa tenativa frustrada de me enquadrar, até que os anos, e algumas milhas, me levaram a descontruir tudo isso.
Eu escrevi no meu facebook há um tempo atrás, que é a primeira vez que me vejo realmente com o coração vazio: sem mágoas de amores do passado, sem angustia do amor presente, sem a ânsia do amor do futuro.. estou simplesmente com o coração vazio, com suas paredes decoradas com sketches de planos voltados apenas para mim e para o meu futuro.
Sabe, serei sincera, no começo isso me assustou bastante, sempre fui muito dependente de um parceiro, e o fato de estar inteiramente a deriva era uma situação nova, mas com o tempo eu aprendi, que estar só é diferente de sentir-se só, e fui aproveitando cada segundo dessa "solidão" da forma mais propicia para a minha vida, e isso exigiu bastante foco, mas eu nunca me senti tão em paz comigo memo em reconhecer que eu não era obrigada a nada, e que é possivel ser feliz só tanto quanto acompanhada, e que não adiantava esperniar, exigir, chorar... a vida segue seu fluxo natural, e é apenas uma data para pagar mais caro na conta do restaurante, onde muitas vezes um dos dois deve estar pensando que poderia estar num lugar melhor.


Eu vivo batendo na tecla de como viajar muda nosso carater, nosso pensamento, descontruindo qualquer paradigma que tinhamos na mente. Viajando eu descobri o verdadeiro sentido do amor... na estrada nós conhecemos muitas pessoas, e gostamos muito delas, as vezes nos apaixonamos, e as vezes elas ficam, mas 98% das vezes elas se vão, e começamos a entender que algumas pessoas tem "data de validade" em nossas vidas, e mesmo que nunca mais nos cruzemos de novo, o lance é guardar tudo o que elas nos deixaram de bom! Talvez o amor seja isso, sabia? Uma soma de paixões, as vezes curtas, as vezes longas, que por instantes nos fizeram rir, chorar, suspirar.. e o mais importante de tudo: lembrar.
Existem milhares de pessoas no mundo, somos cerca de 7 bilhões, e por que você ainda se sente sozinho? Por que as vezes exigimos demais, exigimos que a pesssoa errada seja a certa, exigismo que exista amor onde só tem atração, exigimos que alguém fique quando a pessoal deveria realmente ir, Não existe motivo para se desesperar em estar só, nós nunca realmente estamos, só precisamos expandir nossas trilhas, nossos horizontes, e principalmente, não se contentar com o pouco: Meio amores, meias fodas, meias palavras, meios amores... eu prefiro infinitamente estar só do que lidar com esse copo meio cheio, meio vazio, por que algum dos dois sempre terá a visão do meio pra menos, e o outro, pra mais, e isso irá gerar um conflito.
Eu sou sonhadora, então talvez você não acredite em minhas palavras como uma realidade, mas eu estou a quase 4 meses sem dar um unico beijo, e eu me importo? Não... tudo tem sua hora, eu não fujo, nem procuro, eu estou ali apenas vivendo.. tiro meu tempo para ler, tiro meu tempo para trabalhar, caminhar no parque.. tudo só, por que como diz o velho ditado: para se viver coma lguem primeiro precisa-se aprender a viver só.'
E foi isso que aprendi em minhas viagens, aprendi a estar só e não me sentir sozinha, aprendi a ser  "cara de pau" e puxar papo com todas as pessoas possiveis, e você irá se apaixonar platonicamente por cada qualidade delas: o modo como aquele alemão é aventureiro, o jeito como o mexicano sempre estava sorrindo com uma bebida na mão, aquele australiano que tocava musicas bregas no violão e possuia um carisma envolvente, aquele italiano que acreditava que o amor é algo a se compartilhar com todos. E  todos eles vão embora, e você não vai mais se importar com isso,  e se um novo relacionamento também acabar,  já não te doerácomo antes, pois saberá que muitas pessoas ficaram apenas tmepo suficiente pra te dar ou mostrar algo, e logo se vão, e isso não te deixará triste, te fará rir a cada lembrança, e fará você ter foco para continuar sempre em frente, sabendo que a vida é uma estrada infinita com muitos caminhos, atalhos, vertentes... e você saberá, que em alguma esquina da vida, alguém fará você querer ficar de vez, não importe o quanto tempo demore, e se a vida te levar antes que isso aconteça, você irá feliz por todo o amor que recebeu de desconhecidos durante sua travessia.
Eu acredito na bondade dos estranhos.

Então, aos solteiros, aos apaixonados, aos que trilham sozinhos, aos que encontraram a metade da sua mochila, FELIZ DIA DOS NAMORADOS!



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1 comentários

  1. Que texto maravilhoso!
    Realmente esse lance de viagens e namoro são coisas que nos trazem historias, aprendizados, eu passo por isso também, mas nao deixa de ser gostoso!
    Não conhecia seu blog ainda e vim conhecer justamente nessa postagem super interessante!
    Adorei viu?
    Voltarei mais vezes!

    www.memoriasdeumaguerreira.blogspot.com

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